domingo, 25 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL!!!

Faaaaala!
                Tudo certo por aí? Por aqui, tudo tranquilo. Desde o dia 16 eu estou de férias. É recesso lá na organização. Pois é, acho que nunca alguém entrou em férias depois de ter trabalhado tão pouco! rs Não tinha nem dado tempo de me cansar... tinha começado a trabalhar no começo de Novembro, só! Mas claro que não sou louco de reclamar de férias, né! O dia que isso acontecer, aí é que deu póbrema aqui dentro da caixola!
                O trabalho lá está muito bom. As coisas estão caminhando legal... Mas bom, acho meio estranho, sei lá, ficar falando detalhes dessa rotina profissional aqui. Ninguém faz isso. Pelo menos não assim, online, pra todo mundo ver. Tirando que isso não é interessante pra todo mundo... Eu iria falar de coisas que pra mim são da hora e tal, mas porque eu curto isso. Assim como eu não me interesso pelo dia a dia de um engenheiro civil... Sei lá, então um engenheiro provavelmente não se interessa pela rotina de um captador de recursos. E o que interessa, na verdade, é se está legal, né, se estou curtindo, feliz e tal. E isso eu estou, então maravilha! Rs Vai Curintia! Aliás, eu perguntei pra uma amiga da firrrrma, que ocupa o mesmo cargo, o que ela responde na pergunta “qual sua profissão?”. Porque as minhas primeiras vezes nessa situação foi meio confusa. “Recursos o que? É RH né?”. Ou, pior “Ih, sei, conheço sim, é RH”, e falou baixinho pra pessoa ao lado: “menino enjoado, você viu?” E essa minha amiga falou “Meu, você se formou em publicidade, não foi? Então pronto: publicitário!” Foi meio brochante ouvir essa resposta. Porque eu, todo orgulhoso da minha nova função, queria mostrar, contar pra todo mundo, até pra tiazinha da loja, que eu fazia um lance que achava muito legal. E que não era publicidade. Nada contra publicitário, afinal, eu me dei conta que sou um, querendo ou não. É que eu não acho legal, assim como não acho legal ser engenheiro, ué - aliás, nada contra os engenheiros, também! rs. Mas se eu achasse legal, trabalharia com isso, né! Mas tive que deixar de frescura. É, eu sei, é uma puta frescura! E percebi que assim era bem mais prático. Profissão: Publicitário. Inclusive, essa amiga do trampo diz que até hoje o pai dela não sabe direito o que ela faz, exatamente.
                Mudando de assunto. Esse fim de ano está sendo meio confuso. Eu nem gosto de falar, pensei em nem contar pra ninguém sobre isso, porque as pessoas acabam ficando preocupadas e tal. Mas vou falar, porque o blog tem o lado de ser um registro também, né! Enfim, é o seguinte: eu fiz um exame de ressonância em novembro, começo do mês. Aliás, pra não ter que faltar no trabalho pra fazer esses exames, descobri o melhor horário: 7h de domingo. Não, não é foda. Eu vou lá, faço, volto e capoto até a hora que quiser. E não pego fila, nem nada. Porque, foda mesmo, é quando você acorda com sono e tem que trabalhar, pensar... enfim, fazer a cabeça funcionar. Mas exame, é sussa, quem trabalha são os outros. Ruim é ficar com os braços pra cima uma hora. O sovaco começa a formigar, e você ainda ouve a ordem da técnica de que não pode dormir. Como se fosse possível com aquele “béin béin béin tu tu tu tu” na sua cabeça. É muito alto, tipo colar o ouvido num bumbo! Eu perguntei “mas você está falando sério?” Ela disse que tinha que avisar, “é o procedimento aqui”. Aliás, você já reparou que “É o procedimento da empresa” e “é porque o sistema...” são desculpas pra tudo, pra qualquer coisa que não faça sentido?
Enfim, voltando. Depois de uma semana, eu voltei pra pegar o resultado. O cara que dá o diagnóstico, que é a parte escrita - a leitura do exame - que vem junto com as imagens, não mencionou nada. Eu li e, segundo esse texto... laudo, sei lá, estava tudo certo aqui dentro. Mas eu estava com uma desconfiança e falei pro meu médico dar uma conferida, pois eu não fiquei tranquilo com o diagnóstico do outro cara. E eu estava correto. Surgiram mais dois tumores: um nas costas, entre as omoplatas, lá em cima. E outro no abdome. Detalhe: esse médico que faz diagnóstico de exames faz só isso, é o trabalho dele, ler exames e procurar algo de anormal. Pelo que me pareceu, ele olhou igual a bunda dele. E esse foi o terceiro que eu fiz com a finalidade de checar possíveis problemas. Com certeza os tumores já estavam lá, mas o imbecil "não viu".
Claro que eu me preocupei mais com o da barriga. Mas, pelo menos, ele é subcutâneo. Isso quer dizer que ele é superficial, logo abaixo da pele. Não é lá dentro, no meio dos órgãos, do intestino, como o outro. Existe, entre ele e as tripas, o peritôneo. Dá um Google, lá. Ou seja, é bem mais sussa. Não corre o risco de ele enforcar as paradas lá dentro. E é menor. Tem uns 4 cm. E parece uma manga, o formato. Eu sinto ele, posso praticamente pegá-lo em minhas mãos. O das costas é maior, tem uns 6 cm. Mas esse eu nem me preocupo muito, porque já sei o que vai rolar: mais um pedaço de músculo tirado das costas, vai ser o terceiro que eu tiro, e depois aquela puta dor fdp, chata pra cacete. Mas, por pior que seja, é uma recuperação que depende de mim, não tem risco maior. Dor é aquela coisa, é um alerta do corpo pra alguma coisa. Mas quando você sabe a origem da dor, e que ela não é o meio, e sim o fim, é mais tranquilo. Eu lido bem com dor. Aqui é Curintia, né! A da barriga eu fiquei mais noiado, achei que poderia dar uma merda maior, sei lá. Mas não, pelo que vi, é tranquilo. Tanto que o Rodrigo, ao saber, disse que, se fosse algo mais sério, ele falaria pra eu ir pra lá, pra Indianapolis, fazer a cirurgia com ele. Mas, como não é na barriga (tecnicamente falando, é fora), ele não vê risco nenhum. É uma cirurgia “simples”.
                Bom, com essa notícia “em mãos”, a cabeça começa a fritar. Isso era lá pelo dia 29 de novembro. Eu tinha acabado de dar fazer o depósito de 50% do valor pra reservar uma pousadinha pra passar o réveillon com a Jack, em Paraty - havia tido a confirmação na Habitat de que teria esse recesso de fim de ano. E o médico quis marcar já para o dia 6 de dezembro. Eu fiquei meio assim... “será que dá pra ficar bom até o dia da viagem, dia 27...” O médico disse que dava, que era simples. Inclusive que eu poderia fazer a cirurgia na sexta e ir trabalhar na segunda. Achei que tudo bem, então. Aí fui falar pra Jack, ver o que ela achava. E uma coisa que eu odeio nessas horas é dar a notícia pras pessoas. Por isso quase não escrevi aqui antes. Ela ficou triste, mas tentou disfarçar. Odeio sentir as pessoas tristes por mim. Não fiquem, está tudo certo. Sem querer dar uma de metido, isso é tranquilo perto do que eu passei. É o lado bom de ter vivido isso tudo. Não me abalo assim, fácil. Fico triste, mas tenho muito mais motivos pra ficar feliz, então, a média final é azul, suficiente pra passar de ano! rs
Decidi: “então beleza, faço no dia 6. Vai que esse tumor cresce... Melhor fazer logo e boa.” Mas, depois falamos com outros médicos, e achamos melhor esperar, examinar melhor e ver com calma. Sem pressa, senão o simples podia ficar complicado. Poderia operar ano que vem, foi o que ouvimos. E claro que eu estava facinho, facinho pra aceitar essa idéia – isso garantiria minha viagem de fim de ano. A decisão passou a ser, então, farei no ano que vem. E nesse meio tempo eu acompanharia a evolução desse tumor, pra ver a melhor data pra operar, e ia vendo detalhes da cirurgia, como uma tela que tem que usar, pra proteger a região da qual vai ser extraído o tumor. Isso porque eu não tenho mais músculo na barriga. E não tem gordura também, o que dificulta a fixação dessa tela. Ou seja, o lance não era sobre como tirar o tumor, e sim como iria fechar a minha barriga depois. E tinha que ser uma tela orgânica, já que o tipo normal, sintética, poderia causar uma rejeição, pois ficaria em contato com o intestino e tal. Ou seja, seria necessário um tempo maior pra estudar o procedimento. Não era só “tira logo, pra eu ir viajar no fim do ano!” Claro, porque nada comigo é simples. Nunca foi, não seria agora.
                O tempo foi passando. E conversei com a Jack. Ou melhor, a Jack conversou comigo. Ela me convenceu que seria melhor tirar logo o tumor, pra não correr o risco de ele crescer mais ainda, e dar merda. Viu como tudo muda rápido? Depende apenas do ponto de vista. E que a gente podia deixar pra viajar depois, teríamos muitas oportunidades e tal. Tinha muita coisa envolvida, como meu trabalho – eu acabaria perdendo alguns dias. Se eu fizesse agora, já começaria o ano zerado! Assim, eu achei que estaria sendo mais honesto com o pessoal do trabalho... E o pessoal da Habitat tem sido muito honesto comigo. Na verdade, eu seria mais correto comigo também, no que se refere ao meu corpo, minha saúde. Porque vai que essa porra desse tumor cresce muito nesses dias... Não dava pra saber a velocidade que ele tinha crescido, pra prever se um mês faria diferença, ou não. Vai que a gente volta da viagem e ele cresceu um monte. Então a decisão mudou, de novo. “Vou fazer, já!”, eu pensei. Mas aí apareceu esse problema. Um problema novo, pra gente brincar! A tela, que vai colocar pra proteger as paradas aqui dentro, indicada pelo Rodrigo não existia aqui e, pior, não tinha a aprovação da Anvisa. Isso praticamente impossibilitava o seu uso. Só uma observação: valeu, Anvisa, é isso aí... Não pode colocar a saúde antes da burocracia, né! Aí, o médico foi atrás de uma “versão” dessa tela disponível no Brasil. E esse processo demorou mais uma semana. E eu sem saber quando teria a tela pra fazer a cirurgia. “Será que farei esse ano? Cancelo ou não cancelo a pousada?” Passou a não ser mais uma decisão minha, fiquei meio ansioso. Aí, na segunda feira passada o médico achou a tela. E marcou a cirurgia pra quarta-feira, dia 21. Beleza. Cheguei pra internar e fazer a cirurgia, mas uma gripe me impediu. Eu estava só com o nariz escorrendo e uma tosse chata, mas como tudo comigo é mais complicado, acharam melhor adiar a cirurgia... Pra não correr risco, já que tomo imunossupressores fortes e tal. Foi bem frustante, é ruim se preparar pra cirurgia, ficar internado e tal e depois não rola. Não que eu goste de ser internado, mas é que não queria ter que me preparar de novo. Tem jejum também. Mas agora está marcada pra segunda feira, dia 26/12. Amanhã.
                Já cancelei a pousada. Achei que, com documentos provando o motivo, seria ressarcido. Não rolou, mas ao menos, ao invés de perder a grana, vou ficar com o crédito na pousada, pra usar mais pra frente. E é isso aí! Vou tirar os dois tumores de uma vez. Pensei em tirar primeiro só o da barriga, pra me recuperar mais rápido e tal. Mas o foda é que aí o custo da operação dobra. São dois auxiliares, dois intrumentadores, dois anestesistas... Só espero que eu tenha alta do hospital antes do réveillon.
Mas calma, tem uma notícia boa! rs Eu fiz outro ezame, a colonoscopia, que é o pior exame da história da humanidade! Era o que eu tinha mais medo, já que ele vê lá dentro, e acusa se tem algum pólipo (que pode virar tumor), e diz se continuo sendo um bom anfitrião aos 7.385 órgãos transplantados. E a noticia legal é que está tudo certo com os órgãos, e não tem nenhum pólipo enchendo o saco. Isso porque os órgãos não são de fábrica, o que exclui a possibilidade de surgirem pólipos nesses órgãos... Definitivamente. Eles não tem a síndrome de Gardner. Legal, né!
                Aí é isso! Agora vou nessa, porque ao adiar do dia 21 pro dia 26, eu garanti uma ceia de Natal tranquila. E, na verdade, é bem melhor fazer a cirurgia logo. Além de começar o ano zerado e tal, vou estar melhor quando meu sobrinho chegar, dia 16 de Janeiro! E mesmo que eu passe o réveillon internado, vai ser bem mais sussa, porque essa vai ser a última cirurgia que eu faço. Depois dessa, vou fazer exames a cada mês, de corpo inteiro, e vou ficar em cima, pra garantir que nada passe desapercebido, como dessa vez. Aí é foda, porque quando vou ver, já está desse tamanho! De agora em diante, se tiver um tumor do tamanho de um grão de arroz, eu já tiro e pronto. Aí é tranquilo, nem chega a internar, nem nada.  
                E é isso aí! Ah, e hoje é Natal... É que eu comecei a escrever esse post no começo da semana... Enrolei, enrolei... E aproveito pra mandar um feliz Natal pra todo mundo! E por mais que esteja um calor da porra, em que mesmo um magrelo sem tecido adiposo acorda grudando no lençol de tanto suar, eu prefiro em relação ao frio. Essa época, no ano passado, eu estava congelando lá em Indianápolis, reclamando do frio, a 20 graus negativos. Só o fato de você poder sair de casa quase do jeito que acordou – é colocar uma camiseta e uma berma, achar o chinelo, e boa – já vale. E tirando que esse Natal é alvinegro paulista pentacampeão!
                Beijo pra todo mundo! E Feliz Natal pra noiz, queiroiz!!!!!
Ah, e a Stella passou o link de umas fotos que um fotógrafo amigo deles tirou do Cauê! Animais as fotos, o moleque esta cada vez mais bonito! Já até faz pose, todo e todo! Orgulho do tio Renas!
O link é esse http://marktimmphotography.com/