quinta-feira, 7 de outubro de 2010

EPOPÉIA 4

Faaala!

Hoje ficamos em casa de novo. A gente ia agitar alguma coisa, mas rolou um acidente! No meio da noite tava indo fazer xixi e tomei o maior tombo! Não sei nem como, mas bati o dedão e doeu pra caramba... Puta saco, agora tá meio inchado! Era o que faltava né, depois das unhas encravadas, um dedão machucado! Aí não deu pra por tênis, então ficamos por aqui, porque já tá frio pra sair de chinelo! Agora vamos ver, se não desinchar a gente vai lá no hospital amanhã. Ah, qualquer coisa troca o dedo também, ué! Heheh
Bom, vou contar mais um pouco da epopéia...
Então, depois de uns cinco dias na UTI, na 2ª. feira a noite, eu saí e fui pro quarto. Mas eu tava bem ruim. O médico, Amsterdã, ainda tirou umas sondas que tinha em mim, já que pra ele tava tudo certo comigo. Ele, inclusive, falou pra darem um Lexotan pra eu dormir, que amanhã estaria tudo bem. E a febre não passava, era tipo 39º. Na verdade eu não lembro muito desse dia, minha mãe que me falou algumas coisas. Disse que eu vomitava muito, tava todo inchado, reclamava muito de dor, tinha falta de ar... E foi assim a noite inteira, com enfermeiros entrando toda hora. Tava bem claro que não dava pra ter me dado alta da UTI, não sei de onde o médico tirou que eu tinha melhorado.
Na manhã seguinte o Dr. Ricca entrou no quarto e disse que havia uma fístola, tipo de um buraco, na alça do intestino e que estava vazando. Aí ferrou tudo e teriam que me operar de novo. Não poderiam esperar eu recuperar da outra cirurgia, tinha que ser naquele dia mesmo, 3ª. feira. Lembro que quando me falaram que haveria outra cirurgia, pedi pra ter alguém quando eu acordasse da cirurgia, algum enfermeiro mesmo. Isso porque na cirurgia anterior, eu acordei com um tubão na garganta e era muito ruim, não conseguia engolir saliva e ficava meio desesperado, eu engasgava e tal, e não tinha ninguém do lado, e eu não conseguia falar, nem chamar ninguém... era uma sensação muito ruim, dava um medo doido, sei lá. Aí pedi pra ter alguém dessa vez, quando eu acordasse da sedação.
            Minha mãe contou que, quando me deram alta da UTI, meu pai resolveu ir pra fazenda... nessa época tava construindo a casa lá, então tinha sempre um monte de coisa pra resolver e tal. Achando que tava tudo bem comigo, ele foi na 2ª. pra voltar na 3ª. feira. E como ele foi sozinho, minha mãe não falou nada pra não deixar ele preocupado na estrada, voltando pra SP. Aí ele chegou e foi pro hospital. Imagina a reação do velho, coitado, quando chegou lá e minha mãe falou que eu estava em cirurgia de novo. “Ô Silvia, mas o que que aconteceu? Que história é essa uai? Troço de doido?!” rs. É, porque minha mãe só falou quando ele chegou no hospital né!
            No fim, eles só limparam a região lá do intestino. Foi rápido, umas três horas de cirurgia. E depois tinha uma enfermeira quando eu acordei da cirurgia! rs. Ela tinha um lance, tipo um tubo que suga a saliva... igual aqueles que tem em dentista. Aí pôs aquilo na minha boca e beleza! Depois fui pra UTI de novo. Mas dessa vez foi pior. Tinha uma velhinha do meu lado que ficava o dia inteiro falando, com uma voz de filme de terror, “eu vou morreeeeer, eu vou morreeeeeer...”. Sério, era sinistro! Quando chegou o horário de visitas, eu tava desesperado! Aí eu devo ter reclamado tanto, que me colocaram em um quarto, que era o único quarto da UTI, reservado pra doenças contagiosas e tal... bem melhor!
            Bom, aí o problema era que a infecção tinha avançado, virou uma sepsemia. Isso é quando a infecção vai pro sangue... é a pior coisa que pode acontecer com uma infecção. O que eles faziam era, além das coisas pra dor e tal, me dar antibiótico forte. Sempre atentos ao meu estado geral, pois eu estava muito fraco, então tinha que ficar esperto, ver se eu tava aguentando o tanto de medicação e tal. No sábado, minha familia conversou com os médicos e pediu pra deixarem minha mãe ficar lá comigo, o que não era permitido. Mas ela tava toda mal, e insistiram até que deixaram. Nesse dia, eu sentia muita falta de ar, calor... pedia pra abrir a janela. Eu tava bem agitado, já sem ter muita noção das coisas. Ela disse que uma hora eu falei “que vontade de entrar numa piscina”. Eu não lembro disso, mas imagino que devia tá com bastante calor então né! rs. Mas quando chegou a noite, não deixaram ela ficar, não podia dormir lá... na verdade, nem tinha onde, e ela teve que ir embora.
Em casa, ela não conseguia dormir, tava ansiosa, aflita. E quando deu umas 7h da matina ela levantou, colocou umas coisas numa malinha e foi pro hospital. A pé mesmo, nem acordou meu pai. Chegando lá, tocou a campainha na entrada da UTI, e os caras falaram pra ela esperar um pouco, que estavam me dando banho (é, banho deitado na cama, com paninhos, bacia e tal... gente te virando e você não conseguindo mexer nem um dedo, só vendo e torcendo pra acabar logo... sei lá o que era aquilo, mas não dava pra chamar de banho!). Aí eles não vinham, deixaram minha mãe esperando lá... Até que veio um cara e falou que eu havia piorado muito durante a noite... Meu pulmão estava muito fraco, com pouca oxigenação, e eles tiveram que me entubar. É meio que um coma induzido... uma sedação forte, em que você fica apagado. Minha mãe então entrou, me viu e tal, mas logo teve que ir embora. Não deixaram ela ficar dessa vez.
Agora vem a parte que eu comecei a ter aqueles sonhos doidos... os médicos falavam aquelas barbáries sobre mim... Aí amanhã eu falo disso, vou até conversar com meus pais, meus irmãos e a Jack, que viram tudo isso de perto, pra pegar mais detalhes direito e tal.

Um abraço e um beijo pra todo mundo aí!

7 comentários:

  1. Renas, sou seu Fã. E da Tia também!

    Sério mesmo. Por mais que “acompanhávamos” suas idas e vindas do hospital, não fazia idéia que a coisa foi tão complexa.

    Mas, você tá “tirando de letra”! Bom; isso se desconsiderarmos a “noção de direção”; o “puxão da bombinha da parenteral” e essa agora do dedão... rsrsrsrsr. Mesmo assim, continuo seu Fã.

    Abração

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  2. Nossa, essa é aquela vez que fui na UTI e você tava paralisado, falando enrolado?! Lembro que fiquei com medo...
    Vai tirar uma chapa desse pé, Renato Consoni!!!!

    Hoje vou mandar só um beijo, porque fiquei com vergonha do João! :)

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  3. eee rene!!!! que saudade!!! aqui tb ta chegando o frio!!! aiiiiii!!!! sempre que posso to lendo seu blog!!!! amanhã é minha apresentação final, depois terei mais tempo pra encher de recados aqui!!!
    saudade querido!!!!
    beijo gde da irmã!
    maria clara

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  4. Reneeeee to lendo o seu blog e to gostando!!! Rezando muito p que vc consiga isso logo!!! Se sabe q qq coisa e so gritar!!! Meu tel e 5615038060 dps me manda o seu se tiver pelo facebook bjao tati

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  5. Fala Renas,

    Caracas, mais uma destas hem!! Mas será só mais uma, tu é forte pacás e sabe lidar de uma maneira incrivel com estas coisas. Sério mesmo, fico impressionado e orgulhoso por vc ser Curinthians hehehe. Suas histórias são exemplos de força que nos levamos em nosso dia dia, pode ter certeza mano.

    abçao

    Matheus

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  6. Renas,

    No seu próximo post, dê notícia do seu dedão...

    Beijo, abraço e aperto de mão.

    Tia Rosa

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