terça-feira, 18 de janeiro de 2011


Faaala!

                Opa! Tudo certinho? Por aqui, tudo bem! Hoje fomos no hospital. Foi o último dia do remédio que eu tava tomando pra passar aquela zica da rejeição. E já aproveitei pra conversar com o pessoal lá. O Rodrigo está gripado e não pôde ir. Também, só faltava pegar uma infecção do meu médico, né! Com todos esses lances de imunosupressão, riscos de infecção e tal, é bom ele nem passar perto do hospital! rs Mas é tranqüilo, ele não precisa estar sempre presente, tem vários médicos lá, e a maioria me conhece e tal. Não sei qual a diferença entre eles. Vou perguntar a próxima vez. Me parece que cada um é especialista em um tipo de transplante... mas todos entendem de tudo, pelo menos o suficiente pra te atender numa consulta. Acho que é isso.
Aliás, eu acho que já conheço todo mundo naquele hospital, das enfermeiras aos médicos! Lembro quando cheguei aqui, quando tudo era estranho, eu sempre me perdia no hospital, achava imenso tudo lá. Até escrevi disso, de como era bom estranhar tudo, já que não é legal se sentir em casa num hospital, como, na época, eu me sentia no Sírio. Mas, eita, agora eu ando por aqui e tem enfermeira que fala até “e aí, beleza!”, quando me vê! É, meu! Hoje, enquanto estava na sala esperando o remédio, o pessoal passava e perguntava como eu estava, puxava papo e tal. Aí que eu comecei a pensar nisso. E já falei né, não gosto muito dessa história de ser conhecido em hospital. É legal na hora, o carinho né, dá uma sensação boa... beleza. Mas, meu, bom mesmo era quando eu me perdia nos corredores, quando olhava pra minha velha e “não mãe, é pra cá... eu acho”, e claro que não era! Heheh Sei não, quando você começa a conhecer e ficar muito conhecido num hospital, é hora de ir embora, viu! E pra minha casa, mesmo, me sentir em casa lá!
Não posso reclamar muito daqui, não. Fomos muito bem recebidos, o apê é legal, a cidade é muito legal, bonita mesmo, o pessoal do hospital... tirando o bedelzinho do mercado e o frio, foram todos muito receptivos e ajudaram muito a gente aqui! Mas já deu, logo mais faz cinco meses que estamos aqui! O problema é que digo já deu por mim, mas o que importa é o que os médicos e meu corpo dizem. O que vale é o tempo deles, né... é aquela velha história “tem que ter paciência, tem que pensar que isso, que aquilo... “. Puta saco, é muito chato ter que pensar em coisas, tendo que me convencer. Acho que até fiquei bom nesse lance de, as vezes, me enganar mesmo né.... mas cansa! Na verdade, acho que o negócio pra ter paciência não é pensar nisso ou naquilo. Acho que o esquema é não pensar em nada, na verdade. Porque a gente não é trouxa pra ficar se enganando, sempre. Pode tentar... na verdade, todo mundo, ou a maioria das pessoas, está sempre tentando! Mas mentir pra si mesmo é muito mais difícil. Então, o que o que eu faço é deixar a cabeça vazia, mesmo. Fico pensando em outras coisas, tipo o que vou fazer quando voltar, vejo umas paradas na internet, televisão (tem um canal aqui que fica passando umas vídeo cassetadas o dia inteiro! Repete pra cacete, mas é animal!), acompanho as notícias do meu Corinthians, e vamos indo. Mas acho que já falei disso, aí o chato vai acabar sendo eu! Então deixa pra lá, o lance é comemorar que já foram quase 5 meses, que eu estou aqui e tal. Aliás, ontem, dia 16 (ainda não dormi, então ainda é dia 17!) fez 3 meses da cirurgia! Passou rápido, né!
E essa sexta-feira parece que vai fazer 18 graus negativos aqui! Sério! E aí, ainda vão reclamar que está muito calor aí, no Brasil? Vem pra cá então, aí eu levo pra dar uma volta... levar uns tombos na neve. Aliás, o tombo é o oi da neve, né, logo que você chega, felizão por ver a neve e tal. O Dú, logo que chegou, deu oi pra neve de bunda! heheh. Aí, pra sair de manhã, tem que tirar um metro de neve do carro, com uma brisinha gostosa na cara e a mão quase necrosando. Não adianta tentar jogar aquele jatinho d'água no pára-brisa pra enxergar alguma coisa... a água virou gelo. Mas beleza, depois de passear e ver a paisagem, que fica mesmo muito bonita,  você chega em casa. Que gostoso, quentinho... mas vai tentar tirar o sapato! Você não consegue mexer um dedo! Sério, é como se tivesse inteiro enfaixado, de tanta roupa! Ah meu, não dá! Com certeza já houveram descrições mais animadas do inverno e tal. De repente, na primeira semana de frio eu teria sido mais romântico no meu relato... Mas o que posso dizer é que não nasci pra viver num frio desses, não! Ah, lembrei de uma coisa legal desse frio. Quando você vai ao mercado, não precisa se preocupar em voltar logo pra casa pra por as coisas no freezer! E a água que você esqueceu no carro na noite anterior vai estar geladinha, é só esperar descongelar!
Voltando à consulta de hoje. Eu estava meio que na expectativa de alguma novidade... sei lá, marcar a cirurgia pra tirar a borseta, ou, de repente, tirar o tubo do meu pequeno nariz. Só que não foi ainda dessa vez. Mas tudo bem, mesmo assim teve notícia boa. Engordei 1,5kg. Na verdade, o lance mais importante foi ter parado de emagrecer. E dá uma tranqüilidade saber que estou engordando. Também, estou mandando ver nessa nutrição. Claro né, já que coloquei essa porcaria desse tubo, vamos usar! Estou ficando 12 horas por dia com a nutrição correndo. É sussa, não fico enjoado, nem nada. O que enche o saco é o tubo no nariz e na garganta. Imagino que você não tenha tido a oportunidade usar, mas dá pra ter uma idéia, é só imaginar um tubo do tamanho de um spaghetti na garganta, você engolindo a comida e a parada ali, atrapalhando o tobogã! Mas quando eu não estou comendo, até que dá pra acostumar. Às vezes eu nem lembro que estou com ele e até tomo susto quando olho no espelho. Ah, falando em susto, outra hora que eu sempre lembro que estou com o tubo é quando cruzo com pessoas, principalmente no hospital. Eu sei que chama a atenção um tubo pendurado no nariz. Mas não é isso, o que eu acho até meio engraçado é que as pessoas passam, olham e fazem uma cara com um sorrisinho. Sabe aquele sorriso de boca fechada, meio de educação? Como se a pessoa, ao me ver, já criasse um laço comigo, a ponto de achar importante dar seu "parecer". Então ela passa e dá o sorrisinho que pode significar muitas coisas. Eu tenho um monte de interpretações, pode ser um "puts, que merda esse tubo, hein!", ou então só um “fala, ô do tubo!”. Tudo bem, não me importo, mesmo. Não posso esperar não chamar a atenção com esse tererê exótico! Eu olharia também! O que me incomoda, na verdade, é que parece que as pessoas olham e se sentem na obrigação de dar um retorno sobre o que acharam! Doido, isso! Porque, assim, é normal você estar andando e cruzar com pessoas, cruza olhares, claro, não dá pra andar só olhando pro chão. Mas se você não conhece, segue andando e boa. E hoje eu reparei, as pessoas me olham e não seguem em frente, apenas. Elas olham, fazem o sorrisinho enigmático e continuam. Vai entender. Será que eu também faria essa cara de bunda ao ver alguém com um tubo igual o meu?
Aliás, falando nisso, de as pessoas olharem, eu vou me divertir com as minhas cicatrizes, né! É, porque vai chegar uma hora que eu vou cansar de contar o que aconteceu e tal. Falam que tem plástica pra isso, mas nem a pau, acho besteira, eu tenho é orgulho! Então, nossa, vou inventar várias histórias! Imagina, meu neto contando pros amigos “É meu, meu vô foi assaltado por uns cinco caras, todos com faca! Levou facada em tudo quanto é canto, igual aquele filme lá! Sério, pergunta pro meu irmão! Aí, aí, como ele não morria, os caras ficaram assustados e saíram correndo! Ah, e ele mesmo que deu os pontos, ali na hora! É, sem anestesia, meu!! Com o que? Ah, isso eu não sei, tenho que perguntar pra ele... “ heheh.
                E voltando pra consulta, mais uma vez. A outra notícia boa é que a rejeição está controlada. Minha pele já voltou ao normal, não estou mais com marcas no rosto e nas mãos. Também estou me sentindo bem melhor, mais disposto e tal. Agora o lance é continuar com a nutrição e comer o máximo que der. Eles se animaram com o fato de eu ter engordado e querem que eu continue nesse esquema pra ganhar mais peso. Na quinta-feira eu volto lá pra ver. A outra notícia boa é justamente essa, que, agora, eu volto só quinta-feira pro hospital! heheh É, porque estava lá indo todos os dias desde terça-feira!
                É isso aí! Um beijo pra todo mundo!

5 comentários:

  1. isso aí. vc é curinthias e quem é curinthias toma facada mesmo. rsrs

    boa recuperação.

    abs, fe.

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  2. oi Re tenholido seu blog todas vez que voce escreve pela cirrugia que voce vez sempre tem que dar algumacoisinha masnada que não de jeito ,fiquei feliz quando li que engordou,que maravilha,e sua mãe e pai como estão,então eata muito frio ai,aqui um calor terrivel,estou em Camburiu,domingo e aniversario da Graça,dia 5 do Enzo neto do Fernando vai fazer 2 anos, e muito bonito o Piedro tambem esta com 6 meses os dois tem olhos azuis,depois vou dar uma passada no Ze ele agora esta morando na praia perto de Curitiba, bem Re espero que voce continui neste ridimo de engorda asim quem sabe logo voce vai estar de volta.beijos e muita saudades

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  3. Rê,

    Tô aqui rindo sozinha, chorando de rir. Pela emoção de te saber melhor, principalmente, mas rindo de achar graça tbm...aquela do vô Renas Billy, o herói da netaiada foi muito, Rê!!!!!

    Voltem logo pra podermos rir juntos.

    Beijos risonhos pra vocês 3 e um 'continue assim' bem grande pra você. Fiquem com Deus e voltem logo com Ele...

    Tio Gandhi, tia Rosa, filharada, netaiada, bisnetaiada e agregados...

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  4. Um abraço pra você, tudo de bom!!

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  5. Mais um obstáculo ultrapassado... Já ta bom, agora chega de obstáculos. D’agora pra frente só noticias boas, blz?! Esse ano o carnaval será em março, da tempo!!!

    Essa das cicatrizes... Só você mesmo!!!

    Bjão,

    Pe

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