sábado, 25 de dezembro de 2010

Oooooooba!
                E aí, tudo certo? Por aqui está tudo bem. Almoçamos (agora são 17h) e mais tarde vamos agitar a ceia! Vai rolar um risoto de camarão com um peixe grelhado e tal. É meu, o pessoal está empolgado aqui. E meu pai e o Dudu são meio exagerados né, com certeza vai ser comida pra muito mais gente do que nós quatro! Mas tranqüilo, aí não precisa se preocupar com o almoço de amanhã... de repente, nem com o jantar também!
                Eu não sou muito ligado ao Natal. Desde que parei de ganhar brinquedos, esse dia perdeu um pouco a graça. Eu gosto do clima na ceia, acho gostoso... mas não é mais aquele lance todo, aquela expectativa. É uma data legal, pronto.
Mas, claro, esse ano é diferente. No ano passado eu estava internado no Natal. Saí do hospital dia 28 de Dezembro. Por mais que eu não dê tanta importância à data, foi meio complicado passar daquele jeito. Ao mesmo tempo que o fato de estar um monte de gente comigo no quarto, toda minha família, a Jack, minha cunhada Andrea, foi muito legal, muito significativo pra mim. Eu me senti muito querido. Eu vi ali, de uma forma bem clara, que eu tinha muita gente pra me ajudar. Eu já sabia disso, mas foi muito bom... como se eu estivesse recebendo um abraço coletivo!
E pensando bem, na época eu nem tinha muita noção do que estava acontecendo. Eu estava internado a dois meses, não tinha começado a sentir o dia a dia, não tinha entendido direito ainda as restrições que aquela situação me traria.  E acho que é isso que me ajudou a atravessar esse ano. Eu não ficava tentando imaginar os problemas que eu teria, como seria fazer isso ou aquilo. Eu deixava a situação vir, e aí eu tentava me virar. É, porque não tinha um momento que eu não tivesse me adaptando. E se você for tentar lidar com o agora e o que ainda está por vir... um abraço, né! Não rola. Por isso que eu falo que esse meu jeito meio tranquilão, meio lesado até, foi muito importante. Porque, se você for ver, muita coisa eu não tinha como saber, inclusive porque muita coisa fugia do meu controle. Então, que bom que eu sou meio cuca-fresca e não ficava encanando com tudo, né!
Tivemos muitas surpresas nesse ano. E alguém já conseguiu se preparar pra uma surpresa? Heheh. Não dá! Já que vai ser difícil mesmo, deixa pra viver essa dificuldade quando ela aparecer, ué. É diferente de se preparar pra o caso de, sei lá, você bater o carro! Não existe seguro de intestino! Heheh. É tentar se preparar pra o que você não conhece. De verdade, eu acho burrice. Esse lance de querer ter tudo sobre controle... não é por aí. Assim só se arruma motivo pra se frustar. É aquela história de criar expectativa pras coisas. Ainda mais numa situação como a minha. Porque não é que aconteciam coisas, às vezes, que eu não conhecia. Eu vivia o desconhecido, mesmo. Eu não né, eu e todo mundo a minha volta.
Voltando. Aquele Natal foi muito... diferente, vai. Foi bem simbólico do que estava por vir... uma confusão, mesmo. A ceia do pessoal foi uma sopa no restaurante do hospital! Da mesma forma que é difícil pras pessoas saberem como é viver o que eu vivi, eu também não tenho noção de como foi passar aquele Natal comigo lá. Se eu perguntar, todo mundo vai falar que foi ótimo, porque  estávamos juntos e tal... Não dá pra comparar dores, tristezas, mas a deles com certeza foi muita.
Mas esse dia teve sua beleza, sim. Todos se esforçando pra transparecer alegria, me passar força... e de repente se fortalecerem também, já que também estavam no meio do furacão. Meus irmãos convenceram meus pais e eles foram, na tarde do dia 24 mesmo, comprar uns presentes pra gente, pra ajudar a dar um clima de Natal. A Jack deixou de passar o Natal com a família dela pra passar comigo lá. E não foi que ela comeu a ceia e depois passou lá. Ela chegou lá acho que devia ser 20h ainda. E foi embora bem tarde. Acho que o que todos nós pensamos, pra não ficar um clima melancólico, foi o fato de eu estar vivo, de estar lá... de estarmos todos lá. Porque eu acho que esse é o verdadeiro sentido do Natal, não é? Ficar todo mundo junto, estar perto de quem ama e tal. E eu estava. Os brinquedos e, mais tarde, as meias e cuecas, são só pra dar uma distraída!
Mas agora é diferente. O Natal voltou, ainda bem, a ser simplesmente um dia mais legalzinho, aquele dia que perdeu a magia desde que não ganho mais brinquedos. É engraçado pensar, mas é isso que eu quero do Natal, um dia um pouco diferente do demais. E só. Quero que a ceia seja tranqüila, sem muita coisa envolvida nela. Só uma ceia. Quero que a Jack passe com a família dela, ou não. Mas sem todo esse peso de eu estar internado. De repente o Daniel, que é casado, poderia querer passar com a família da Andrea. Tudo bem, problema dele com minha mãe heheh. Enfim, não quero mais ter nada feito pra mim. Não quero merecer tanta atenção... não essa atenção. Foi importantíssimo e eu nunca vou esquecer o que fizeram esse dia, a energia que me passaram. Eu sei muito bem a sorte que tenho por ter essas pessoas tão perto. Mas eu prefiro assim. Na verdade, eu prefiro o Natal do ano que vem, que vai voltar a ser mais como os outros anteriores. Eu vou ser só mais um a reclamar que estou com fome, que não precisa esperar a meia-noite pra comer a ceia! Vou encher o saco do meu pai pra ele liberar o whisky que a Stella trouxe. E vou estar ansioso porque não fechei nada pro réveillon, está tudo muito caro e eu quero ir pra praia!
O que importa não é o Natal. O que comemoramos no ano passado foi o fato de eu ter sobrevivido, de estar vivo. E agora o que estamos comemorando é que eu ganhei minha vida de volta. Vou poder viver do meu jeito, e não do jeito que dá. Aliás, minha mãe falou que quando eu saí da cirurgia, ela, depois de umas 40 horas sem dormir, foi pra casa descansar. Quando voltou, ao vê-la, eu falei “Você viu mãe, eu tô vivo!”. Legal, né. Pra mim, é isso o que importa. Mas agora é diferente, eu posso querer mais do que estar vivo. Eu posso querer o que eu quiser! Nem sei muito bem o que eu quero... acho que estava acostumado a não querer muita coisa pra não me frustrar. Mas agora não, agora é curintia! Heheheh.
É doido como as coisas mudam, né!  Impressionante, mesmo! Viu Daniel, fala isso aí pro seu amigo.
Um beijo grande e um Natal ótimo, muito feliz, pra todo mundo, de coração!

11 comentários:

  1. Oi Renas, quero que saiba que, apesar de não te conhecer pessoalmente, torço muito por você e por sua família. Conheci seu blog através da Tia Rosa, com quem trabalhei junto há um tempão na imprensa joaquinense. Entro sempre aqui para saber como está sendo sua recuperação e fico feliz em ver que você está bem, vencendo todos os desafios. Passei também a admirar muito sua mãe. Uma guerreira!!! Enfim... você literalmente renasceu.
    Desejo que tenham um Novo Ano maravilhoso, que comecem com o pé direito, sempre com esperança, fé, muito amor e paz.
    Bjos!
    Rose

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  2. Feliz Natal e um grande abraço pra vcs.
    Pra ti vai um abraço curintia por trás "a la Ronaldo" (Tô até vendo tua cara resmungando alguma coisa tipo "sai fora manô"...).

    Falando sério: Esperamos a volta de vcs logo, principalmente da tua mãe. Faz tempo que não tem esfiha da Donana...rsrsrs

    Saudades.
    Até breve
    Elvis

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  3. Rê, fiquei muito emocionada lendo o que você escreveu. Você e sua família merecem tudo de melhor e você... Ah, só fico pensando nas conquistas que tem surgido e nas muitas boas surpresas que ainda estão por vir.
    Muita saúde, amor, paz, alegria e sucesso na sua vida; que seus sonhos se realizem!
    Você é incrível.
    Um beijo e um abraço bem apertado. Jack.

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  4. Oh renas ate chorei. Mas um chorei feliz.
    Chorei porque me deu muita saudade.
    E feliz porque sempre senti que ia dar tudo certo no fim.
    Era soh dar tempo ao tempo.
    E realmente deu tudo certo: voce finalmente poder fazer
    o que quer e nao somente o que da.
    (although agora o dificil eh saber o que quer fazer!)
    Voce merece Renas, eh um irmaozinho maravilhoso.

    Ate mais

    Beijao e abraco forte

    Te amo
    Teta

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  5. Renas Billy querido,

    Deixei pra vir rever o blog no fim do dia de Natal pra ver todos os posts. espero que, como disse a Maria Rosa, o Papai Noel tenha ido te "vissitar" e que tenha sido pródigo.

    Aliás, se ainda acreditássemos em Papai Noel, poderíamos creditar a ele oseu renas...cimento. Mas sabemos que o mérito é todo seu e da Santinha, sem falar nos médicos e, sempre e principalmente, a Deus.

    Que no ano que vem vindo aí estejamos todos juntos e felizes, sem dor e com bastante saúde.
    Beijo grande e um fiquem com Deus...(vai, Jack!)
    Tia Rosa

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  6. Tranquilão, Lesado??? Tá bão!!!

    Confesso que houve um período que até acreditava nisso. Uma vez, quando o Dé morou com vocês em S.P., ele disse: “vocês não conhecem o Renas...”.
    São raras as pessoas que tem coragem de deixar transparecer uma “imagem aquém do realmente é”. A grande maioria tenta fazer exatamente o contrário, somente pessoas muito fortes e seguras tem “as moral” de fazer isso.

    Esse Blog e, de certa forma, isso tudo que você passou, serviu para nos mostrar um pouco mais do “verdadeiro Renato”. Muitas pessoas ficaram espantadas com sua clareza de raciocínio, perfeita noção do que se passou, coragem, capacidade de passar idéias para o papel, etc., etc., etc. Tanto que em vários comentários “ouvimos” a palavra “incrível”.

    Tenho muito mais coisas para comentar sobre esse post, mas vou parar por aqui, se não, meus comentários ficarão mais extensos que o próprio post.

    Espero que o Natal por aí tenha sido ótimo e muito elegre!

    Pe

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  7. Oi Renas.

    Meu nome é Amanda, moro em Curitiba e estou entrando em contado porque tenho um quadro parecido na minha família e um pouco de Google aqui, outro ali acabei achando seu blog. A minha mãe ano passado realizou a cirurgia bariatrica, a qual dez meses depois resultou em uma torção intestinal, vulgo "nó nas tripas", vários procedimentos já foram realizados, ela já perdeu boa parte do intestino e como ela já está na UTI há quase cinco meses, o médico que está acompanhando o caso comentou que talvez um transplante seja necessário. Graças a duas boas coincidências a primeira sendo que ele foi colega de turma do Dr. Rodrigo Vianna e a outra que o próprio Dr. Vianna passaria o Natal em Curitba, foi possível realizar uma reunião pessoalmente. Porém, nessa condições nada é muito simples e para a realização de tal procedimento uma demanda gigante de esforço e presistência são solicitados. Entrei em contato com os advogados da família, os quais, infelizmente, não possuem experiência nessa área, por isso gostaria muito de entrar em contado com o profissional, se houver algum, que te ajudou nessa jornada. Se você tiver qualquer outra dica que me ajude ou pelo menos facilite um pouco as coisas por aqui, pode ter certeza que será bem recebida.
    Abaixo deixo várias formas de contato...e desde já muito obrigada!

    Email: amandaaraujo@oi.com.br
    MSN:amandinhaf49@hotmail.com
    Skype: amanda.polska
    Telefones: 041 8819*3220
    041 3243*5474

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  8. Renas,

    Pensa que só vc é criativo? Também sei ser original: "Adeus, Ano Velho / Feliz Ano Novo / Que tudo se realize / No ano que vai nascer / Muito dinheiro no bolso / SAÚDE PRA DAR E VENDER"
    Fiquem com Deus e voltem logo...
    Tio Gandhi, tia Rosa, filhos, netos e bisnetos.

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  9. Rê,

    O ano de 2011 será realmente um "novo" ano!!!
    Vocês merecem o que há de melhor no mundo...aproveitem!
    Saúde e Paz!
    Amamos vocês

    Beijos de toda a família!

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  10. Faaallaaa Renas e Cia!

    To escrevendo do lugar mais nobre da capital paulista. O "creme de la creme do Itaim Bibi" e utilizando uma conexão chamada curintia... Pois é, tamo aqui e sentindo falta de vocês.

    Daqui a pouco, vai rolar um risoto (imitamos mesmo!)

    Desejamos a todos vocês um 2011 comum. Isso mesmo! Desejamos que 2011 seja uma ano "normal", sem médicos, cirurgias, enteral... O "resto" (alegria, dinheiro, realizações..) nós corremos atrás!

    Beijão,

    Pe e Cia

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  11. RENAS / CADÊ VOCÊ?! / NÓS VIMO AQUI SÓ PRA VÊ OCEIS!!!!!!!!!! (NÃO DEU MUITO CERTO, NÉ?)

    TROCENTOS BEIJOS (100 PRA CADA UM...)

    TIA ROSA & CIA

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