sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Oooooooooopa!
                E aí, tudo certinho por aí? Por aqui está naquele esquema... tudo certo e nada resolvido! Heheh. Eu fui fazer um exame de sangue hoje cedo lá no hospital. Mas foi rápido, tirei sangue e pronto, nem tive que esperar o resultado. Aliás, esperar mesmo, só a van. Sério, puta saco... eu saí de casa às 9h e cheguei de volta às 11h. Mas o tempo que eu levei no hospital fazendo o exame foi 15 minutos, só. O resto foi esperando a tal da van. A gente sempre, durante a espera, acha que os caras esqueceram a gente, de tanto que demora! Inclusive, ontem a gente foi numa loja, que é o melhor lugar pra comprar casaco de frio. Tem desconto de até 80%, só que é longe, a van não leva. Mas o cara que estava dirigindo ontem vai com a nossa cara e falou que levava. Até aí beleza. Deixou a gente lá... a loja é gigante, deu até preguiça quando vi o tamanho! Aí, na hora de ir embora, eu fiz como sempre, liguei na central do hotel pra solicitar a van. A mulher falou “a van não vai até aí!”. E eu “vai sim, ele acabou de trazer a gente aqui!” heheheh. Acho que o cara deve ter levado um esporro. Bom, falei isso só porque ontem foi recorde de demora. Ligamos antes das 19h e a van chegou depois das 20h! E a gente esperando na porta do lugar!
                Amanhã vou ter que voltar lá no hospital. Tudo culpa desse remédio Prograf, que é o imunosupressor. O nível dele no meu sangue estava muito alto, aí falaram pra eu não tomar a dose da noite de hoje e fazer mais um exame de sangue amanhã, pra ver se diminuiu. Esse Prograf é bem enjoadinho... o nível dele está sempre ou muito alto ou muito baixo!
                Ah, e hoje, dia 2, faz três meses que a gente chegou aqui! Três meses! Barbarie, né! Agora a gente está mais perto da data de voltar pro Brasil do que da data em que chegamos aqui! O Rodrigo falou que devemos voltar em Janeiro, provavelmente no fim do mês. Mas como ainda não é oficial, não estamos com a passagem na mão e tal, eu prefiro não pensar muito nisso... pra não criar expectativa e ficar ainda mais ansioso! Na verdade, o que rolou é que mandei um e-mail pro Rodrigo perguntando sobre a bolsa de colostomia. Queria saber quando poderia tirá-la, já que sei que este é o último passo antes de voltar. Aí ele falou que “podemos trabalhar com a idéia de voltar em Janeiro”. Pra mim está ótimo. Quando eu cheguei aqui, minha meta era voltar antes do meu aniversário, que é no começo de março. Então beleza, estou no lucro! Heheh E ainda vou pegar um pouco do verão! É, porque eu realmente não nasci pra morar em lugar tão frio!
                E hoje é aniversário da minha vó Chafia, mãe da minha mãe. Ela me conheceu, mas eu não cheguei a conhecê-la heheh. É, porque eu nasci no dia 6 de março, e ela morreu dia 27 de Julho do mesmo ano, 1981. Mas é um lance engraçado isso. Eu não cheguei a conviver com minha vó, mas, de tantas histórias que eu ouvi minha vida toda (e o número de vezes que cada uma dessas histórias!), e com todas as fotos que vi dela... sei lá, eu sinto como se a tivesse conhecido.
                A vó Chafia morreu cedo, tinha 63 anos. Ela teve um problema no coração. E, na época, os médicos eram muito sem noção. Falavam que, por estar com o coração “fraco”, ela tinha que repousar, e não fazer esforço, exercícios... ficar o mais parada possível. Ou seja, o contrário do que é recomendado hoje. E isso foi muito ruim pra ela, porque ela sempre foi muito ativa, cuidou de quatro filhos e tal. Um lance que minha mãe conta que a deixou muito triste foi que ela teve, por orientação médica, que parar de dar aula. E ela amava ser professora. Isso, com certeza, a desanimou bastante, pois tirou uma parte muito importante de sua vida.
                Minha mãe contou também que, na semana em que ela morreu, ela estava muito preocupada comigo. Agora tenho que abrir um parênteses pra explicar. Eu nasci muito gordo, com 4.850 kg. Sim, eu já fui obeso! E de parto normal! Eu já cheguei chegando! Heheh. E eu era todo mole. Colocavam numa cama eu e, ao meu lado, a Ana Rosa (minha prima que nasceu 8 dias antes). Meu, a Ná ficava pulando, rindo e tal, enquanto eu ficava deitadão, quieto. Ué, mas é claro, eu ia ficar fazendo graça pro povo ficar dando risada? Claro que não, eu preferia curtir um ócio criativo! Hehehe Minha mãe diz que do jeito que me colocava, eu ficava, sem me mexer! E pra dormir, era só me por de bruço, dar 3 tapinhas na bunda, e pronto! Falou que não tinha erro, eu dormia na hora! heheh. E não chorava nunca. Ou seja, puta bebê gente fina! Ah, aí chegou a idade que os bebês começavam a engatinhar. E eu nada, continuava jogadão. Minha mãe chegou a me levar num médico, pra ver se estava tudo certo. Estava. O que rolou é que eu sou Corinthians desde que nasci mesmo... esse negócio de engatinhar, não era comigo. heheh. Sério, nunca engatinhei! Depois chegou a idade de aprender a andar. Aí sim, aí eu andei, normal, beleza! heheh.
                Mas voltando. A vó Chafia me via lá, esparramado, e devia pensar “ih, esse filho da Silvia... não sei, não!” heheheh  
                Minha vó era muito parecida com minha mãe. Eu me refiro, agora, à aparência. Quanto mais passa o tempo, mais ela fica parecida com a vó Chafia! E o engraçado é que a tia Ana, irmã da minha mãe, é igualzinha ao vô Aiçar. Nossa, na última vez que a vi fiquei impressionado, está muito parecida! Bom, eu acho... heheh
                Minha mãe conta também que minha vó adorava piano. Aí, comprou um piano super bonito e botou as filhas pra fazer aula! E minha mãe odiava, mas não podia nem pensar em parar de fazer a aula! Heheh. Outro lance é que minha vó ganhou do meu vô um LP que era pra ajudar a relaxar. E, naquela época, a vitrola era gigante, praticamente um móvel, que ficava em destaque na sala e tal. Aí ela colocava pra tocar o LP e a casa inteira ficava ouvindo “agora relaxe os ombros... agora sinta os seus cotovelos... relaxe o...” Minha mãe falou que ninguém dormia heheh.
                É que eu contando, ainda mais escrevendo, perde muito da emoção com que cada detalhezinho é contado e repetido pela minha mãe. Mas o importante é que, de uma forma ou de outra, minha vó sempre se fez presente, pra mim, através da minha mãe.
                Quando minha mãe casou e veio morar em São Paulo, ela sempre ia pra São Joaquim nas férias. E aí, no dia de ir embora, era um drama. Minha mãe conta que a vó já acordava chorando no dia que ela tinha que voltar. E ela ficava igual minha mãe, aquele nariz vermelho... heheh. Fico imaginando as duas se despedindo... devia ser uma choradeira...
Ah, enfim, tem muitas histórias da minha vó, muita coisa que minha mãe contou, que sempre trazia minha vó pro meio da gente. Por exemplo, sei que ela dizia muito “nem oito nem oitenta, a virtude está no meio termo.” E eu lembro sempre dessa frase, já que se encaixa em muitas situações, e acabo lembrando dela. Outra frase que ela falava bastante era “a lã não pesa pro carneiro”. Como que dizendo que, por exemplo, uma mãe se sacrificar pelo filho não é um problema, é natural pra uma mãe...  e essa frase minha mãe levou ao pé da letra... mesmo! heheh
Mas a forma que minha vó mais “aparece” é quando minha véia tá com medo, sei lá, quando tem alguma coisa ruim acontecendo, que ela fala “ai minha mãe, me ajuda!”. E esse último ano eu ouvi bastante “ai minha mãe”, viu! heheheh
É isso aí! Quis só homenagear a vó Chafia, já que ela tem ajudado bastante na minha recuperação, através dos "ai minha mãe, me ajuda!" da minha véia! heheh
Beijão pra todo mundo aí!

8 comentários:

  1. Já passaram-se 3 meses... o final de janeiro chegará muito rápido, se não chegar tão rápido, com certeza chegará antes que a van - Rsrsrsrs.
    Sei que a noção de tempo é diferente para nós que estamos em casa, mas o que realmente importa, é que você ganhou, ou melhor, conquistou sua vida de volta! O resto é resto.

    Muito Legal “lembrar” da Vó Chafia! Também acho a Tia muito parecida com ela. Não sabia que a Vó também chorava nas despedidas... com o nariz vermelho então..., aí sim que elas devem ficar iguais! Também não conhecia a da “lã não pesa pro carneiro”, mas, sem dúvida, nossos pais aprenderam bem essa lição!!!
    Renas, existe uma história (não confirmada), que quando os netos se reuniam na casa dela e faziam muita bagunça, ela nos chamava num cantinho e dizia: “quando vocês forem embora, a Vó vai dar balas”... Imagine só; na mesma hora todos corriam em direção aos pais chamando para ir pra casa... Coisa de Turco!


    Mais uma vez, Parabéns e Muita Força pra você e pra Tia.

    Pe

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  2. Oi Renas, tudo bem?
    Tenho acompanhado o seu blog e rezado bastante para vc. Estou muito feliz de acompanhar a sua recuperação e cada conquista diária! Parabéns e continua com essa força! Gostei muito do seu poema!
    Li sobre a preocupação com as cicatrizes, e lá vai uma dica: não sei se vc está usando alguma coisa, mas os géis de silicone são muito bons para evitar quelóides e cicatrizes hipertróficas e melhorar o aspecto geral da pele...quando os pontinhos já foram tirados e a pele está sem sinal de infecção, já pode começar a usar o gel de 12/12 horas sobre as cicatrizes. Aí não sei, mas as marcas nacionais são: Kelo-cote, Prev-Kel e Skimatix gel.Espero ter ajudado...bjos!
    Marília

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  3. Rê, vc é mesmo fascinante!

    Ao ler o que vc escreveu no post anterior me fez pensar sobre algo que li do Rubem Alves sobre as ostras e a produção de pérolas.
    Fazendo uma leitura livre (desculpe as eventuais falhas, tá?)para a ostra produzir pérola é necessário que um grão de areia entre dentro dela,ela passa a sentir muita dor pelo atrito do grão, para se livrar da dor ela o envolve numa substância lisa, brilhante e redonda- a pérola. O grão não foi eliminado, mas a pérola tornou a situação suportável.

    Inúmeras pessoas ficariam se lastimando...mas vc transformou sua angústia em verdadeira pérola.Coisas de poeta!!

    A Vó Chafia ficou pouco tempo entre nós, mas sua sabedoria estará para sempre conosco...

    Ficamos muito felizes a cada obstáculo que vence com maestria ( e poesia)!!

    Parabéns, guerreiros!

    Beijão para vcs dois.

    Raquel.

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  4. "Vamos crianças fora da cama, com vida ao trabalho, com vida e chama, os burros já nas carroças"

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  5. Renas Billy,
    A vó Chafia teve no seu blog uma bonita e comovente homenagem. Parabéns a vc também pela oportunidade.

    Uma observação ao Observatório: lembro bem dessa da vó Chafia, mas um pouco diferente. Isso era quando a gente, morrendo de sono, se enrolava nas cobertas e resmungava "só mais dez minutos...": 'Crianças, saltem da cama / que tudo ao trabalho convida e chama / já os burros estão nas carroças...' Nesse trecho, ela já devia ter aberto a janela e também não lembro mais. Tem muitas outras citações que ela sempre repetia; daria pra um blog inteiro, se a gente lembrasse de todos... Só mais uma : 'os rios correm para o mar'.
    Com carinho tia Rosa

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  6. Renato parabéns pelos avanços!
    um abraço
    Luiz

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  7. Parabéns Rê, pela merecida homenagem à vó Chafia!

    Fiquei lisonjeada por vc me achar parecida com o vô Aiçar.

    Fico só imaginando a emoção da minha irmãzinha Silvia ao ler o seu blog...o nariz vermelhinho, como o meu também ficou.

    Tenho uma agenda dela(vó Chafia)de 1981 com a última frase que ela escreveu que diz assim:
    "Mais vale uma vela acesa, do que amaldiçoar a escuridão"

    Grande vó Chafia, que saudade!!!

    Fiquem com Deus!

    Beijos, Tia Ana.

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  8. Hehehe, lindas imagens... obrigado por compartilhar tudo isso com todos os teus leitores, Renas... Conseguimos até visualizar a vó Chafia! Agora vc obeso é demais.. demando uma foto dessa fase com urgência!!! beijão

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