terça-feira, 28 de setembro de 2010

            Então, hoje a gente tava dormindo né, aí umas 6h da manhã começa a tocar o telefone. Na hora eu já pensei que era do hospital pra eu ir fazer o transplante... Puta frio na barriga! Aí eu fui atender, meio correndo, mas a mochila da parenteral falou “não, voooolta!” rs. Eu esqueci que tava com a nutrição! Isso acontece as vezes, eu esqueço que estou com o cateter conectado, saio andando e deixo a mochila ... aí prende e eu lembro! Agora me veio a imagem de um cachorro que esquece que tem um cara segurando a coleira presa nele e sai correndo! rs... não que eu esteja me comparando a um cachorro... bom, mas então, voltando. Aí minha mãe atendeu o telefone e só ouço ela falando “no, it’s the wrong number, it’s not here”. Era engano! É, porque, se não fosse, aquela hora, só podia ser do hospital avisando do transplante né... mas não, era um mala ligando no número errado as seis da manhã!
            A gente até já deixou uma lista pronta, com tudo que a gente precisa levar pro hospital quando chegar a hora. Aí é só pegar a mochila e vamo que vamo! É melhor né, porque pensar e lembrar das coisas nessas horas é complicado... 
           Então, como hoje não tem nenhuma novidade, eu vou escrever sobre essa treta toda, a minha epopéia! rs. A história é muito comprida... tem muita coisa, então agora eu vou escrever sobre o começo...
Na verdade, a primeira vez que eu fui internado, no começo de 2008, não foi a primeira vez que o tumor se manifestou. Um tempo antes, um ano e meio dois anos, eu acho, eu vinha sentindo uns lances, uns refluxos... Eu comia um pouco e não conseguia mais comer direito, sentia como se estivesse cheio já. E, antes disso, eu sempre comi pra caramba, bastante mesmo. Os meus amigos até falavam que eu era magro de ruim, porque nunca engordava, sempre fui magrelão. Então eu achava estranho quando não conseguia comer bastante como eu queria...  mas como não era sempre que eu sentia isso, então eu não me preocupava tanto. Associava a outros fatores, tipo a comida em si, estar a muito tempo sem comer e comer muito rápido, ou estar de ressaca... sei lá, qualquer coisa, menos que fosse um tumor né!
Mas aí eu comecei a sentir isso mais vezes, e lá pra agosto de 2007 eu fui ao médico. Médica, na verdade. Aí falei pra ela o que eu sentia. Mas é difícil explicar né, eu falei que era quando eu comia. Porque não é como uma dor de cabeça, ou uma pancada no joelho... Não era dor, era um mal estar na hora da digestão... não dava pra saber se era no estomago ou no intestino... eu sabia que era por ali! Aí ela pediu uma ressonância magnética do estômago. Fiz a ressonância e levei lá. Ela diagnosticou que era gastrite aguda, me deu uns remédios e pronto. Aí eu fiquei tranqüilo. Ué, claro, era só tomar uns remedinhos e já era! Vai curintia!! Não tinha porque me preocupar. E era uma puta médica conceituada e tal, da USP, R$400,00 a consulta... Dra. Dulce Reis Guarita! Guardem esse nome... se vocês têm carinho com o intestino de vocês! rs.
Não sei porque ela decidiu que era o estômago. Acho que a maioria dos seus pacientes devia ter problemas estomacais, aí ela fica meio tendenciosa a ver por esse ângulo... só pode ser. É, porque que foi um erro grande, de negligência, irresponsabilidade, enfim, isso é óbvio. Eu só estou tentando entender o motivo dessa vacilada que ela deu... já que uma coisa é a merda, outra é o que fez você cagá-la né! rs Nossa, filosofia pura!  
Se ela pedisse uma ressonância do intestino também, veria lá o tumor, que já era bem grande. Eu já tentei estimar quando esse tumor tinha surgido. Não dá pra saber, mas sei que foi depois dos meus 13 anos, quando eu operei de apendicite. Essa foi a última vez que eu conferi meu intestino, e nessa época o maior problema era o apêndice, que foi a pior dor que eu havia sentido até então... Eita, dá pra usar aquela frase agora... eu era feliz e não sabia! rs

Abraço pra todo mundo!

8 comentários:

  1. Uau,bateu na trave o telefonema,hein???
    Mas o cerco tá fechando...daqui a pouco vc não escapa!!!rss
    ...E aí vai ficar 1X0 pra vc!!

    beijinhos
    Kamila

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  2. Rene, ainda bem que voce não está se comparando aos cachorros, afinal, eles são muito mais inteligentes e belos que voce!

    Sobre a epopéia, já está sendo anunciado que são os últimos capítulos.

    Abraço,

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  3. Renato, Passei aqui para ler seus relatos. Um abraço do seu desconhecido primo de Ribeirão Preto/SP.

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  4. Renas Billy,
    Faltava isso: vc contar essa sua história desde o início. Lembro que uma coisa que mais indignou a Santinha foi a tal médica ter te "tratado" durante um ano e, no fim, ter até te acusado de enjoado, essas coisas.
    Mas continue contando tudo. Agora é bola pra frente.Vai, "Curíntia" !!!
    Sobre o que vc falou de a médica ter "tendência"
    a achar que tudo é do estômago, também penso assim. Por exemplo: promotores "viciam" em acusar; cardiologistas em checar sempre o coração; e assim vai...
    Fica com Deus. Abraço apertado. Tia Rosa

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  5. Oi Renato!
    Quem escreve é a Cris, esposa do Babá!
    Ficamos sabendo do seu blog pelo Zé e estaremos te acompanhando por aqui diariamente.
    Estamos rezando e torcendo muito por você. Vai dar tudo certo!
    Nós estamos morando aqui no interior de SP e assim que você voltar prometemos uma visita.
    Super beijo
    Cris

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  6. Rê,
    Acompanho diariamente seu blog, embora nunca tenha me manifestado (eu já te falei, né?)
    Minha admiração por vocês cresce a cada dia... Além da determinação, coragem, "espírito guerreiro" incontestáveis(isso nunca te disse), você tem se revelado um excelente escritor.
    Parabéns por mais esse atributo!
    Amamos vocês e estamos na torcida!!!

    Raquel e Cia

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  7. Rsrsrsrsr, muito boa "essa da coleira", da até para imaginar a cena. Falando nisso, cada vez mais admiro “sua redação”, é uma mistura de “Forrest Gump” com Paulo Coelho.

    Agora; um filho da p... ligar enganado às 6:00h já irrita pra caramba e, nesse caso, nem se fala. De um desconto, ele deveria estar preocupado com a mulher dele que foi “fazer compras após o jantar” e ainda não havia retornado.

    Abração,

    Pe

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  8. Quando chegar a hora, não esquece do combinado: você liga e, mesmo que seja madrugada, mando mensagens pra todo mundo que eu conheço e todo mundo que eu conheço, manda pra todo mundo que conhece e, de repente, o planeta... Não, o universo vai estar torcendo com toda a força pra tudo dar certo!
    Um beijo e um "esmaga".

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