quarta-feira, 16 de março de 2011

PARTE 1


Faaala!
Então, é o seguinte: Eu agora acabei entrando em um assunto que é muito longo. Eu comecei tentando resumir pra caber em um post só, mas não deu muito certo. Se eu fosse colocar em apenas um, tudo o que eu escrevi, ia ficar absurdo, ninguém ia aguentar ler até o final. Então eu dividi. Acho que deve dar uns quatro ou cinco posts. Então é isso, vou publicar separado, pra vocês poderem respirar, mas é um texto só, em partes.
                Antes vou falar de como estão as coisas aqui. Hoje foi mais um dia tranquilo. Comi bem, até vou colocar uma foto do prato! Na outra foto eu estava mastigando a última garfada, por isso a cara estranha... ou mais estranha! Mas digo que comi bem pra mim, em relação a esses últimos tempos, claro. Ainda mais comparado aos últimos dias, em que eu dava uma garfada e travava a garganta. Espero daqui um tempo poder comer o dobro, aqueles pratos barbárie, como antigamente. O mais importante é recuperar o prazer de comer. Eu tenho comido razoavelmente, mas sem vontade. Não chego a sentir fome. Faz tempo, aliás, que não sinto fome. É engraçado. Eu olho o prato e penso: “Ih, sei não...” Mas aí vou comendo e quando vou ver o prato acabou. Na parte final do prato ainda tenho que dar uma empurrada. É estranho, eu como sem vontade, e sem fome nenhuma. Mas acho que com o tempo isso volta. E, por enquanto, o que importa é eu comer, o máximo possível. Eu acho que eu tinha mais prazer em comer quando eu ainda tinha a borseta, ano passado, e não podia comer. Eu só dava uma garfada ou outra. Mas era uma delícia. Ficava com a maior vontade de comer mais. Acho que tinha a ver com o fato de não poder comer, isso me deixava com mais vontade. Coisa da minha cabeça, eu acho, sei lá. Doido isso, né!
                O Dú foi embora hoje cedo. Passou bem rápido. Mas o que é bom é assim mesmo, passa rápido. Ele ajudou muito a gente aqui. E com certeza não foi coincidência ele ter chegado quando eu estava bem ruim, e estar indo embora enquanto estou bem melhor, prestes a sair do hospital. É a energia de irmão! Aliás, acho que nisso, essa epopéia tem um grande mérito. Acho que a nós lá de casa, minha família, ficamos mais próximos. Ou então escancaramos melhor nossos vínculos emotivos e amorosos. Ficou mais claro como nos preocupamos um com o outro. E eu comecei a ficar mal em um momento em que estava cada irmão morando em um canto. Só eu morava em casa. É natural, cada um indo tocar sua vida. Mas, querendo ou não, isso afasta um pouco, no mínimo fisicamente. E fica aquela coisa, você tem que se acostumar com a ausência de alguém tão próximo e querido. Principalmente a Stella, que mora a dez anos no Reino Unido.
 Acho que com isso que rolou comigo, todos se uniram de uma forma mais intensa. Pusemos pra fora mais intensamente do que em qualquer momento das nossas vidas nossos sentimentos. É, porque não era só preocupação comigo. Não fui só eu que fiquei muito mal. Minha mãe, meu pai, meus irmãos, minha irmã, lá longe correndo pra cá quando estouravam as bombas, e agilizando o que podia de lá, como remédios e as bombas da parenteral. É difícil explicar o que mudou, mas mudou. Eu sinto. E nesse ponto foi bom. Sei lá, parece que ficamos mais confortáveis nas relações, nas demonstrações de afeto. Foi algo bem natural, aconteceu de um jeito que parecia a única forma que isso poderia ser. O que rolou, de certa forma, foi que essa treta toda comigo acabou se tornando um canal, através do qual cada um de nós acabou demonstrando o quanto se importa e ama o outro. Não que houvesse alguma dúvida em relação a isso. Mas é claro que tudo fica mais intenso nesses momentos. E, especialmente pra mim, foi até gostoso sentir todo esse carinho. Claro que isso se estende a todo mundo que torce por mim, muito além de nós seis lá de casa. Mas é que agora quero falar de nós.
Pronto, finalmente um post mais curto! heheh Agora vou jantar! Rango da minha véia, de novo! É meu, esquema patrão aqui! Amanhã eu continuo! Valeu todo mundo! Um beijo grande! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário